terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Por um 2011 melhor



Não poderia terminar o ano sem postar. Não é brincadeira, mas se isso acontecesse iria encerrar o ano com sérias pendências emocionais.

Confesso que andei sumida, pois não tinha cabeça para escrever. Isso não significa que eu não tenha histórias para contar, muito pelo contrário, só não consegui me organizar para ser coesa e direta. Não sei se isso aconteceu por que sou jornalista ou por que sou ligada na tomada 24 horas por dia! Mas não tive inspiração, tempo e foco para postar.

Vamos lá...

Desde junho deste ano, me tornei uma mãe mais alerta. E a minha vida se tornou uma enorme montanha russa! Motivo: convulsões.

Os médicos sempre falaram do risco da Bebel ter convulsões por causa do dano cerebral. Só que até então isso nunca tinha acontecido. Foi preciso eu estar a uns 100km de casa, fazendo um "frila" em Itaboraí, para minha princesa passar por esse episódio pela primeira vez e eu ter que largar tudo às pressas.

Depois disso ela já fez, aproximadamente, 10 convulsões. Agora eu entendo que é "só" uma convulsão e que não temos muito o que fazer. Mas meu coração sempre fica na mão quando isso acontece. Não sei dizer o que eu sinto. É um misto de impotência e horror. Aquela sensação de "eu quero que isso nunca mais aconteça!"

Creio que perdi o rumo diante dessas crises convulsivas, quase sempre inesperadas. Perdí um pouco da minha força. Faz parte. As convulsões me fizeram ver que não sou a Mulher Maravilha. Existem coisas que não posso mudar. Pois bem...

Mais ou menos na mesma época - em julho - comecei a trabalhar e a Bebel entrou para a escolinha. Eu comecei, então, a viver a dicotomia contemporânea da mãe trabalhadora! Sinceramente, não sei como a minha mãe conseguiu criar quatro filhos, se com uma eu já me encontro tão dividida...

As convulsões, o trabalho, o meu olhar para a vida. Tudo isso afastou um pouco aquela vivência diária que eu tinha com a Bebel. Continuo estando a frente de tudo. Somos praticamente eu e ela. Mas acabei tirando um pouco o foco dela e colocando parte dele em mim. Comecei a me olhar de novo. Além de mãe, sou mulher e trabalhadora. (Risos)

Automaticamente, quando ela entrou para a escolinha, as terapias tiveram que diminuir. Haja tempo e dinheiro. Não dá! Pelo menos nesse momento...

Ela só continuou a fazer fisioterapia. A fono, a t.o., a musicoterapia e a natação acabaram ficando em segundo plano. Seis meses se passaram e às vezes fico meio perdida. Sem saber o que é prioridade na vidinha dela. Estou tentando reformular tudo para 2011. Acho importante ela fazer fono e t.o...

Quero ter dias melhores em 2011. Dias mais amenos. Quero mais saúde para a minha filha, paz, amor, dinheiro e vitórias. Será que é pedir muito?

Quem sabe a montanha russa não pode virar um trenzinho da alegria?!