quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Carta a Izabel

É filha, a nossa história virou um livro! Um livro sobre você, sobre a mamãe aqui (...)

Um livro sobre nossa luta, nossas conquistas, nossos altos e baixos, porque sabe, filha, por mais que a gente queira manter tudo sob controle e estar sempre sorrindo, a vida é feita de altos e baixos! As quedas nos fortalecem, fazem com que tenhamos de levantar e os momentos de pura alegria nos mostram que vale a pena viver e tentar dar o nosso melhor nesse "mundão de Deus".

O livro é também sobre amor, sabe filha?! O amor que eu sinto por você é tão grande, tão puro e tão seu só seu, quer dizer, tão só meu e seu, que mesmo diante das quedas da vida eu consigo sentir plenitude.

Claro que nunca imaginei criá-la sozinha e muito menos, quando fiz você, imaginei que um dia me separaria do seu pai, mas a vida segue, né minha pequena?! São as famosas "coisas da vida"... Nos separamos e eu até amei outro homem, olha que incrível! Achei que ia casar, te dar um irmãozinho, mas não foi assim que o "Pai nosso do céu" planejou. Ou, se foi, algo saiu fora do controle dele. Mas o meu amor por você está aqui, ileso, sem papai no mesmo teto, sem o outro homem que amei para nos dar uma família... São amores diferentes, sabe minha linda?! E o amor que construo com você é o mesmo que me foi transferido nesse tetinho que está acima de nós nesse dado instante. É o amor de família, de avós, pai, mãe, irmãos. É o amor de pessoas que nasceram sob o mesmo teto e que desenvolveram esse sentimento em harmonia.

Estou falando isso tudo para lhe dizer quanto orgulho sinto de você por causa do lançamento do livro! Se não fosse você não existiria livro... Olha só como você é importante. Você saiu no jornal (e gosta muito quando te falo que tem foto sua no jornal, figurinha), é capa e tema de livro. É uma queridinha e esbanja esse amor que eu me esforço para te passar. Esbanja tanto amor que conquista a repórter e o fotógrafo durante uma mesma entrevista. (Tenho que rir)

Filha, você é o amor puro, leve, pleno. Você é doce, sincera e feliz! Você me faz feliz! Sou grata por você ser minha e ser sua, por ser única, guerreira, teimosa e muito sapeca!



p.s. Adriana Benevides, inspirei-me nas suas cartas para o Antônio na hora de escrever este post. Acho que a última vez que tinha escrito uma carta para a Bel ela ainda estava na minha barriga e é tão bom escrever para eles...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

30 anos: a árvore, o filho e o livro

Sem muitas delongas. No dia 29 (de outubro de 2013) completa 5 anos que a Bebel foi para a casa. É como uma data de aniversário, levando em consideração o nascimento trágico e os primeiros meses de vida dentro de uma U.T.I.

Não reconheço mais a Bruna de meia década atrás, mas sei que aquela Bruna colaborou muito para o estado atual dessa Bruna que vos fala... Tenho uma tendência ao esquecimento, rs, e vejo isso positivamente. É como se eu aceitasse, entendesse e, naturalmente, esquecesse certas coisas que me acontecem. É claro que se eu parar para contar uma história, se eu forçar a minha memória, vou lembrar-me dos fatos como ocorreram, mas o parto confuso e a fase de recém-nascida inteira da Bel dentro da Neotin (a UTI onde ela ficou internada) não me causaram traumas, depressão ou qualquer dificuldade para ganhar a vida.

Em comemoração a esses cinco anos de batalhas, vitórias e vida, lanço o meu primeiro livro. Claro, sobre a história da Izabel! Graças a popularidade deste blog e a minha vontade (sempre quis escrever um livro!) o sonho virou realidade, após um contato que fiz em meados de abril com a Editora Multifoco.

Todos os amigos, interessados em saber sobre a vida de uma criança com paralisia cerebral, conhecidos ou não, estão convidados para o lançamento que será na Rua Mem de Sá, 126 - Lapa. (Repito, dia 29 de outubro, hein?!). Porteriormente, o livro será vendido pela internet nos sites da livraria Cultura, da livraria da Travessa e no próprio site da editora Multifoco.

É muito bom poder contar para o mundo a nossa história, principalmente, se ela for de utilidade para outras pessoas (e eu acho que pode ser)...

Aos 30, já plantei a árvore, tive o filho e escrevi o livro! Que venham mais 30 anos de vida...