sábado, 6 de agosto de 2011

Gastrostomia sim, e daí




Quem leu o Blog desde o início deve estar pensando que eu sou no mínimo “doida de pedra”. Não, não sou! Pelo menos ainda não tenho diagnóstico fechado (risos).
Como já disse anteriormente e faço questão de repetir em alto e bom tom: TUDO NA VIDA TEM SEU TEMPO! E ponto.

No dia 13 de julho, faltando exatos 9 dias para o aniversário de 3 anos da princesinha, fomos em mais uma consulta neurológica. O meu desespero em relação a “apatia” e diminuição da tônus da Bebel era tão grande que eu não me cansava de ouvir novas opiniões.

Desta vez, uma opinião muito importante estava por vir. Quem me indicou a Dra. Tânia Saad foi uma pessoa muito querida e relativamente próxima. Alguém que conheci há pouco tempo, mas que confio na procedência e, principalmente, no afeto em relação a Izabel. E, realmente, a consulta não poderia ser diferente.

Além de neuropediatra, a Dra. Tânia é um ser humano incrível! É uma pessoa daquelas que todo mundo deseja ter na família seja como mãe, tia ou até mesmo avó (as vovós da Bebel que me perdoem, mas pensei comigo durante a consulta: quero levar essa mulher para casa, queria que ela fosse avó da Izabel!). Definitivamente, ela não tratou a minha filha como mais uma criança. Senti no olhar e na forma de se comunicar comigo a particularidade como ela trata cada paciente. PC não é fórmula! Tampouco neurologia. Cada caso é um caso, cada criança é uma criança e cada ação será responsável por uma reação desencadeada em uma determinada criança. Devemos ter olhar apurado e atitudes completamente fundamentadas.

Com toda sua doçura e carisma, a Dra. Tânia sem papas na língua me alertou em relação a alimentação da Izabel. Contei para ela um pouco da nossa luta nos tempo de U.T.I Neonatal, mas mesmo assim ela me fez questionar se a hora de fazer a gastro não tinha chegado. Chorei como um bebê. Eram quase 21h e eu estava sozinha em seu consultório com a Bebel. Sabia que o que ela estava me falando fazia sentido e que realmente a Bebel não estava se alimentando bem, principalmente quando estava com alguma infecção, mas não fazia idéia de que essa seria a principal causa de seus problemas. Na minha cabeça ainda acreditava que poderiam ser as crises e o excesso de remédios. Me enganei! A resposta de minha angústia era outra. A questão da má alimentação da Bebel era o principal responsável por seu estado atual. Minha filha estava desnutrindo.

Mesmo saindo do consultório com o coração na mão sabia que ela estava certa. E rapidamente tratei de compartilhar com meus familiares, até mesmo para acostumá-los com a nova ideia. No início, todo mundo faz cara triste, mas é só um susto inicial, depois que veem o progresso o negócio muda de figura...

No dia seguinte, comecei a ligar para os médicos e terapeutas da Izabel, todo mundo me apoiou. Eles devem ter pensado que eu sou doida e tive essa idéia da noite para o dia. Nada na vida é por acaso. Não foi por acaso que eu encontrei a pessoa que “por tabela” me indicou a Dra. Tânia. Não foi por acaso que eu corri para marcar uma consulta. E não foi por acaso que deu tudo certo.

Retomando os fatos:

No dia 13 de julho levei a Bebel na consulta com a nova neuropediatra. Nesta semana, ela se alimentou muito mal, ficou com febre e só queria dormir. No domingo, dia 17, paramos na emergência do Copa D´or onde ficamos por mais de 12 horas até pedirem (e autorizarem) sua internação.

No dia 02 de agosto, uma terça-feira fria (para mim congelante) fui informada que a Bebel ia operar. Detalhe, naquele mesmo dia. Por volta das 15h fui deixar minha pequena no Centro Cirúrgico. Entreguei-a nas mãos de Deus e dos médicos. Nessas horas, não nos resta muita coisa a não ser rezar, confiar nos profissionais e pedir que tudo corra bem. E correu. Um pouco mais de duas horas após o início da cirurgia o médico cirurgião Dr. Francisco Nicanor veio no meu quarto dizer que tudo havia corrido como o esperado. Não havia tido nenhuma intercorrência. Amém.



Não sei o que vai acontecer daqui para frente. Cada dia é um dia. Mas hoje, eu tenho certeza de que tomei as decisões corretas. O amanhã a Deus pertence...