terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O tempo que o tempo tem


'O Tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem'


Esse trava-linguas fez parte da minha infância e de muitas outras pessoas da minha faixa etária. Servia de lição de casa e eu, particularmente, adorava. Além de incitar uma reflexão sobre a questão do tempo, brinca de forma lúdica levando as crianças a entenderem que o tempo é que determina as nossas ações. Ou seria o inverso?

Quando se fala de crianças especiais a relatividade do tempo só tende a aumentar. E nós, mamães, somos o principal alvo desta contraditória relação temporal entre o homem (no caso, nossos filhos) e suas ações.

É muito bonito compreender que cada pessoa tem seu próprio tempo para toda e qualquer coisa na vida. Evolução, ação, reflexão, aceitação e por aí vai... Mas na prática, não é bem assim que funciona. Quando as coisas não andam no nosso ritmo, logo questionamos o tempo alheio.

Neste universo especial - que vos convido a participar em cada postagem escrita neste blog - o tempo deve ser tratado com mais respeito. Digo isso por nossas crianças. Digo isso por nós mesmos!

É um erro muito grande tentar ajustar nossos filhos ao tempo de crianças que não passaram por nada do que eles passaram, apesar de ser essa a nossa maior busca, através das terapias de estimulação precoce. É contraditório, pois ao mesmo tempo (olha o nosso amigo aqui de novo) que devemos fazer de tudo para que eles consigam atingir a tal da idade biológica e equilibrar maturidade física e cognitiva, devemos entender que não podemos exigir tanto assim dos nossos pequenos seres. Temos que respeitar e aceitar que por mais que a gente tente, eles terão seu próprio tempo...

Uma das coisas que eu sempre ressaltei em relação ao lado positivo de ser uma mãe especial (isso mesmo, eu sempre arranjo uma saída positiva) é o fato de termos mais TEMPO para admirar e curtir certas coisas. A outra coisa que eu faço questão de evidenciar é que apesar de todas as dificuldades, comemoramos cada pequena conquista como se fosse uma grande vitória. E de fato, cada pequena conquista de uma criança com PC, ou qualquer outra necessidade especial, é uma grande vitória... Para a criança, para os terapeutas e para a família.

Continua...
Essa reflexão sobre o tempo se conclui na postagem a seguir, que eu espero conseguir escrever quando voltar do trabalho...

5 comentários:

  1. Oi Bruna,
    Vc quase preparou uma tese amiga,rsrsrsrsr,realmente temos que esperar e nos preparar para o Tempo das nossas crianças e as vezes a ansiedade nos consome e atrapalha tudo.
    O Tempo de todos Nós é diferente e por causa das comparações com isso ou aquilo não percebemos que o Tempo faz toda diferença na nossa vida.
    Afinal quem tem mais TEMPO que o TEMPO eu não conheço ninguém!!!!!!!!!!
    Beijos minha linda!!!!!!!!!!

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  2. Uma das coisas mais importantes que aprendi desde que o Antonio Pedro nasceu foi a ter paciência. E, acredite, eu era das mais impacientes. Meu filho transformou meu tempo e, claro, me transformou. Numa pessoa melhor. Dia a dia.
    bj pra vc e pra Bebel.

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  3. Amiga querida, que post mais lindo vc escreveu! Eu não conhecia esse trava-línguas, achei de uma poesia enorme. Vc vem me dando muito orgulho com o jeito como lida com a situação da Bebel. Nina não é uma criança especial, mas também as crianças "normais" exigem da gente um tempo muito diferente e especial. Tempo de amor, tempo de carinho, tempo de brincar, tempo de ensinar, tempo de dizer não, tempo principalmente de ter muita paciência, porque é um tempo que exige muito da gente. Enfim, tempo de se doar! A cada minuto que passo com minha filha penso que é um tempo precioso, acima de tudo. Parabéns, minha amiga amada, você é uma mamãe maravilhosa!

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  4. nossa seu post me deu a maior força renovou meu animo amei...
    e prabens bebel por mas uma etapa alcançada ,fiquen com deus bjs.

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  5. Amiga,
    tempo é algo tão relativo! Para quê? E para quem?
    Bebel está linda! vc tb! Estou muito feliz por ve-la sentada...os nossos filhos sempre nos ensinam de tempo, estipulá-los com prazos definidos é cartesiano demais. Exigir-nos ser guiados por tempo tb é uma violencia contra nós mesmos..temos que ser adeptos de Kairos e não de Chronos, sempre! Se nao, nos perdemos!
    Meu pequeno tb tem me ensinado isso.... cada um com seu tempo de tudo! Viva o presente, porque é só o que realmente temos: nosso instante.
    mts bjs
    Sa

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